o prato na cozinha no armário na pia sobre a mesa. acidente cai quebra. desenhos. ela não pode ficar aqui é perigoso pode se cortar ou colocar os pequenos cacos dentro da boca engolir coisa pior.
aqui deixo de escrever muitas coisas. as dúvidas mais
importantes acabo guardando, sem coragem de buscar, de expor. um jeito de me
aproximar dessas questões como imagens de troca: dizer que existem
fragilidades, mesmo que não se toque propriamente no assunto. tão
impressionante ver os dias passando e tudo o que me parece natural, normal,
cotidiano, pra ela é um evento, uma descoberta, a vida inteira. e é nessa
beleza que encontro a coragem e o medo que sinto sendo mãe dela.
- pelo menos procuro buscar isso, sempre que consigo
prestar atenção -
. exercícios de atenção .
preparar a comida (sopa ou papinha), colocar nos potinhos,
esperar esfriar, colocar as tampas, congelar, deixar dois potinhos na
geladeira, temperar com alho e salsinha na panela todos os dias, antes de
servir, lavar as mamadeiras, a chupeta, ferve-las, colocar água filtrada
fervida na garrafa térmica, sete medidas de fórmula no pote medidor, tirar a
fralda sem derrubar o cocô antes de fazer mais xixi, limpar bem por o creme de
assaduras, colocar a fralda, colocar ou tirar a roupinha, as roupas são tão
pequenas no varal, segurar a cabeça na inclinação certa para não entrar shampoo
no olho, na orelha a água o cotonete a toalha de banho limpa, a temperatura do
leite da papinha da água do banho, os brinquedos e o que pode virar brinquedo
neste momento porque esqueci de trazer, música e dança ela dança eu tento
perder o medo de dançar e penso em dançar mais e dançar quando for velha como
se fosse algo sério de se apresentar para um público, será que ela vai dançar
desenhar crescer feliz, acalmar o choro descobrir o porquê, tão bom o cheiro
quando ela deita sobre o peito quando ela dorme junto comigo mas ela deve
dormir no quarto dela, as outras crianças marido avó parentes meus afetos perto
longe vontades o que tem de ser feito ponto.