sexta-feira, 15 de junho de 2012

Celebrar

'No passado, celebrar era uma maneira de aproximar a comunidade. O mesmo acontece no tempo de hoje. Sejam encontros culturais, ocasiões de culto em grupo ou mesmo jantares especiais com amigos, todos nós precisamos de momentos para nos reunirmos e reafirmar a importância do nosso grupo'. [Tao. Meditações Diárias]

Dia das mães. Por mais que as pessoas digam que é uma 'data comercial', eu, minhas irmãs e meu pai sempre combinávamos de fazer algo diferente para minha mãe. Seja sair para comer em um restaurante, juntar a mesada para dar um presente ou até brincar que ela sequer poderia ser contrariada... Nunca nos importamos se estávamos sendo varridos pelo sistema capitalista ou não, mas sim conseguir dizer - ou expressar - naquele dia que ela era uma pessoa muito especial para nós. E essa era a tradição nessa família.

Quando me tornei mãe, estava apreensiva com a data que estava para chegar. O que haveria na minha nova e recém criada família? Meu marido nunca tinha comemorado o dia das mães. Apesar de ter morado com a mãe a vida inteira, fora criado pela bisavó. E quando perguntei se não iriamos fazer NADA naquele dia, ele desajeitadamente se ofereceu a fazer macarrão com molho de salsicha. 'Ora, que pelo menos seja uma linguiça, vá!' reclamei.

No ano seguinte, dia das mães nublado e um cenário em casa não mais animador: a filha com pneumonia e o marido com virose. Os dois deitados em um colchonete na sala, quase um acampamento para enfermos. Naquele momento, entendi que o meu dia das mães não era o segundo domingo do mês de maio mas sim todos os dias do ano em que a minha pequena sorri, faz birra, grita, chora, pula, corre e meu marido chega do trabalho suado, pensativo, amoroso ou irritado. E entendi que cada família tem ou cria a sua tradição.

Foto do flickr.

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