sábado, 9 de fevereiro de 2013

. desenho . sereia . sentido .

quando criança, eu era fascinada por sereias. adorava desenhá-las à exaustão. eu e uma prima passávamos as férias juntas, criando caudas de tecido para nossas bonecas e colando lantejoulas em desenhos no papel, para dar mais corpo às escamas da mulher peixe. ficou colada a imagem de sher vestida dessa maneira no filme e o tal desenho com a tetê espíndola. 

o que será que as crianças vão guardar na memória e acessar mais tarde? não falo dessa aproximação por nostalgia apenas, mas acho que muito dessas lembranças são também o que ao longo dos anos foi ajudando a construir sentido.

o desenho, as sereias, todos os momentos que recordo, o que se destaca magicamente das situações cotidianas; quando conseguimos prestar atenção, depois é apenas uma brincadeira de ligar os pontos e uma história de vida de configura. mesmo que seja bem diferente das biografias super coerentes que existem nos livros - e normalmente é. as sequências de ações que levam uma coisa à outra,  dificilmente vêm numa ordem linear. aparecem e somem e gritam e voltam e se pesca algo aqui ou ali. parece abstrato esse desenho, mas abstratas são as formas - se pudermos colocar assim, da nossa subjetividade.

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